sábado, 8 de junho de 2013

A verdadeira face da obra...

*** Por Suelen e Jéssica Farias do Nascimento ***

A imagem abaixo foi mundialmente conhecida pelas lentes de Kevin Carter em 1994.
Ganhadora do Prêmio Pulitzer, (prêmio outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e música).
Porém, algo contido nesta foto a tornou mais que um trabalho executado pelo hábil fotógrafo...

Imagem: Mdig

Uma foto que teve o poder de evidenciar ao mundo a dor e o sofrimento; o sucesso de um fotógrafo, seu arrependimento e sua morte.

Eis a história, revirada...estudada e descoberta...

Um pouco de Kevin Carter
(13 de setembro de 1960 - 27 de julho 1994)
Kevin Carter nasceu na África do Sul durante o período do Apartheid e cresceu em um bairro de classe média exclusivo para brancos.
Durante a infância convivia diariamente com a guerra interna de seu país.
Após o ensino médio, Carter abandonou seus estudos para se tornar farmacêutico e foi convocado pelas forças armadas. Para escapar da infantaria, alistou-se na Força Aérea, onde serviu por quatro anos. Em 1980, ele testemunhou um garçom negro sendo insultado no refeitório. Carter defendeu o homem e acabou por ser espancado por outros militares. Anos mais tarde, em 1983, decidiu se tornar fotojornalista.
Carter começou a trabalhar como fotojornalista esportivo nos fins de semana. Depois, ficou empenhado em expor a brutalidade do apartheid, ele também foi o primeiro a fotografar uma execução pública necklacing.

Fome, uma criança, um urubu e um fotógrafo
Em março de 1993, durante uma viagem ao Sudão (país então arrasado por uma longa guerra civil), Carter estava se preparando para fotografar uma criança faminta tentando chegar a um centro de alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU) próximo à aldeia de Ayod, no atual Sudão do Sul, quando um abutre-de-capuz aterrizou nas proximidades. Ele relatou que tirou a fotografia porque esse era o seu "trabalho" e depois partiu.
Ele foi criticado por não ajudar o menino, Kong Nyong:
O jornal St. Petersburg Times, da Flórida, fez a seguinte conotação: "O homem ajustando suas lentes para capturar o enquadramento exato daquele sofrimento poderia muito bem ser um predador, um outro urubu na cena”.

João Silva, um fotojornalista português que mora na África do Sul e que acompanhou Carter no Sudão, deu uma versão diferente para os acontecimentos em uma entrevista com o jornalista e escritor japonês Akio Fujiwara, que depois publicou o livro The Boy who Became a Postcard (em português: O Menino que se Tornou um Cartão-Postal).
De acordo com Silva, Carter e ele viajaram ao Sudão com as Nações Unidas durante a Operação Lifeline Sudan e chegaram ao sudeste do país (atual Sudão do Sul) em 11 de março de 1993. Os oficiais da ONU lhes disseram que iriam parar por 30 minutos (o tempo necessário para distribuir alimentos), de modo que os dois aproveitaram para olhar ao redor e tirar fotos. Silva foi à procura de guerrilheiros, enquanto Carter ficou algumas dezenas de metros da aeronave.
Dois fotógrafos espanhóis que estavam na mesma área naquela época, José María Luis Arenzana e Luis Davilla, e que não conheciam a fotografia de Kevin Carter, também tiraram uma foto em situação similar.

Em 27 de julho de 1994, Carter dirigiu até o córrego Braamfontein Spruit, em Joanesburgo, e tirou a própria vida colocando uma das extremidades de uma mangueira no escapamento de sua caminhonete e a outra na janela do lado do passageiro. Ele morreu por intoxicação por monóxido de carbono, aos 33 anos de idade. Partes da nota de suicídio de Carter diziam:
"Estou deprimido ... sem telefone ... dinheiro para o aluguel ... dinheiro para sustentar as crianças ... dinheiro para dívidas ... dinheiro! ... Estou assombrado pelas vívidas memórias de mortes e cadáveres e raiva e dor ... de morrer de fome ou de crianças feridas, de loucos com dedos no gatilho, muitas vezes policiais, carrascos assassinos ... eu tinha que ter ido junto com Ken (Ken Oosterbroek, seu colega fotógrafo que havia falecido há pouco tempo) se eu tivesse a mesma sorte."

O tempo... Exatos 18 anos:
O menino viveu mais que Carter, os pais do menor comentaram que Kong Nyong não caiu nas garras do abutre nem morreu de fome, viveu mais 04 anos. 
De fato, na foto é possível ver que aquele garoto tinha uma pulseira de plástico com a inscrição T3 que era usada pela ONU nos lugares onde assistia e alimentava crianças desnutridas. Este fato desmente o mito de que o fotógrafo sul-africano teria abandonado o menor a própria sorte.

Kevin, por meio de seu registro trouxe a todos a situação deplorável em que viviam muitos países africanos... Porém, algo é evidente: não conseguimos ficar inertes a tal situação, provando assim o quanto somos sucessíveis e frágeis diante da vida, seja na questão das necessidades básicas, tais como alimentação, saúde, comodidade, etc, evidenciadas pela criança; ou pela opinião humana, que culpa e condena, fato que se reflete em Kevin.


Fonte:  Kevin Carter

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