domingo, 5 de agosto de 2012

MARILYN MONROE 50 ANOS SEM A DIVA

Por Suelen e Jéssica Farias do Nascimento



Há exatos 50 anos (isto mesmo, 5 décadas...), em 5 de agosto de 1962, em um domingo como hoje, Hollywood perdia aquela que foi uma de suas maiores estrelas...
E para homenagear esta que foi sem dúvida alguma, o maior Mito do Cinema, decidimos escrever um pouco sobre ela...
Marilyn é uma beleza acessível, normal...
Talvez essa simplicidade de suas características tanto físicas quanto emocionais... sua fragilidade e ao mesmo tempo sua sensualidade é algo que encanta... era uma estrela, mas também mortal. 
Todos nós temos alguma característica de estrela seja a sensualidade, o humor, ou mesmo o físico... e gostamos disso...nos inspiramos...hehe... ;D

Brincadeiras a parte, vamos descrever um pouco sobre essa artista, citando alguns momentos memoráveis de sua vida, e como fonte, usamos dois livros: Hollywood Nua e Crua II e A Vida Secreta de Marilyn Monroe; vamos curtir o momento…

Boa leitura

Norma Jean Mortenson (Marilyn Monroe), nasceu no County Hospital em Los Angeles (01/06/1926), filha de Gladys Pearl Monroe, editora de filmes, com graves problemas psicológicos que acarretaram na internação em um hospício. 
Norma Jean possuía dois irmãos filhos do primeiro casamento de sua mãe. Apenas adolescente descobriu a existência da meia-irmã Bernice, com que se comunicou por carta e raras visitas durante sua vida.
Devido ao problema de sua mãe, Norma passou grande parte de sua infância em casas de parentes e orfanatos até que, em 1937, mudou-se para a residência de Grace Mckee Goddard, amiga da família e confidente de Gladys, sua mãe. 
Grace teve grande influência na vida de Norma Jean que a chamava carinhosamente de “tia Grace”.
Em 1942, o marido de Grace foi transferido a trabalho para a costa leste e o casal não tinha condições financeiras para levar Norma Jean, na época com dezesseis anos. 

Norma Jean tinha, então duas opções:
Voltar para o orfanato esperar completar 18 anos, ou se casar.
Por influência das casamenteiras, tia Grace e Ethel Dougherty, mãe do namorado de Norma... Casou-se naquele mesmo ano com Jimmy Dougherty.

Um historiador de Marilyn, James Haspiel, comentou sobre o primeiro marido da atriz: “Pode-se dizer que o casamento de Jim Dougherty com Marilyn foi à coisa mais importante que ele já fez na vida. O quero dizer é que um homem pode viver toda sua vida sendo incrível em todos os empregos que tiver, mas como alguma coisa pode superar ter sido casado com Marilyn Monroe? Também foi exatamente isso que o levou a conhecer o mundo, participando de programas de televisão e falando sobre Marilyn. Ter sido o primeiro marido deu-lhe fama internacional e eterna”.  Taraborrelli, p. 86.

Jimmy entrou para a Marinha e foi transferido para o Pacífico Sul, em 1944, ficando longe da esposa, com isso Norma Jean começou a trabalhar na fábrica Rádio Plane Munition, em Burbank, na Califórnia. Norma não sentiu muita falta do marido, pois seu único objetivo com o casamento foi fugir da opressão dos foster-homes, antes de completar a maioridade.
Alguns meses depois, o fotógrafo Davis Conover a viu enquanto tirava fotos de mulheres que ajudavam no esforço de guerra, para a revista Yank. Ele não acreditou na sua sorte, pois ela era um "Sonho" para qualquer fotógrafo. 
Neste período começou a encantar-se ainda mais com a possibilidade de vislumbrar o sucesso tão almejado por tia Grace e por ela ainda pequenininha...; Tornou-se uma modelo respeitável, estampou seu rosto em várias capas de revistas e inscreveu-se em aulas de teatro. 

O problema é que quando Jim voltou de viagem viu que sua mulher estava um pouco diferente e não aceitou o trabalho dela, pedindo que acabasse com a ideia tola de torna-se atriz, e ser novamente uma dona de casa.
Foi o momento que ele decidiu que deveriam ter filhos, e ela realmente “fugiu” das investidas do marido no assunto, sabendo que não teria o apoio necessário, Norma Jean tinha que fazer uma escolha, dessa vez entre seu casamento e sua carreira... decidiu pedir o divórcio e ir para Hollywood tentar a sorte...

Marilyn começou a carreira em alguns pequenos filmes, com algumas falas de apenas segundos, era normal, pois todas começavam assim...
Foi contratada oficialmente pela Columbia Pictures em 1946, com um salário de 125 dólares por semana por Harry Cohn. Pouco tempo depois, tingiu seu cabelo de loiro claríssimo e mudou seu nome artístico para Marilyn Monroe; Monroe era o sobrenome da sua avó materna e Marilyn o nome mais elegante da época.
No mesmo ano conhece Natasha Lytess, que tornaria-se sua empresária. Partes dos trejeitos feitos por Marilyn foram aprendidos com Natasha, a maneira exagerada como pronunciava cada sílaba e o jeito como movia os lábios ao falar. Ótimo para comédia, não apropriado para papéis dramáticos, isso a atrapalharia no futuro. Mais tarde, Natasha seria substituída por Paula Strasberg. 
Ainda batalhando muito na Cidade do Cinema, conheceu aquele que seria seu primeiro financiador na indústria, Johnny Hyde.
Johnny era influente no show business e prometeu a Marilyn que a tornaria uma estrela. 
Anos mais tarde, Marilyn diria: “Quando mencionei pela primeira vez minha esperança de ser atriz, Johnny Hyde não sorriu, ele me ouviu com atenção e respondeu: É claro que você pode ser uma atriz! Foi à primeira pessoa que levou a sério essa minha ambição, e minha gratidão por ele é infinita.” (Taraborrelli, p. 133).

Seu primeiro papel consideravelmente importante foi no filme “A Malvada”, um clássico com 14 indicações ao Oscar. Existem muitas histórias sobre essa produção, e uma das mais relatadas eram os constantes atrasos de Marilyn. Considerando o pequeno papel na trama era de se pensar que ela faria de tudo para não atrasar-se, porém Gregory Ratoff declarou: “Essa menina vai ser uma grande estrela!”. Celeste Holm perguntou o porquê da afirmação: ”Por que faz todo mundo ficar esperando?”.

Nessa época Hyde queria casar-se com ela, mas Marilyn não, pois não estava apaixonada por ele. Tempo depois Monroe recebe a notícia de sua morte, infarte fuminante, fica tão arrasada que tenta seu primeiro suicídio.

No dia 14 de janeiro de 1954, Marilyn casou com seu namorado, o jogador de beisebol Joe DiMaggio, em São Francisco, na Califórnia.
Durante sua lua de mel em Tóquio, Marilyn fez uma performance para os militares que serviam na Coréia. A sua presença causou quase um motim, e Joe se mostrava claramente incomodado com aqueles milhares de homens desejando sua mulher. 
Por intenso ciúme os dois discutiam-se muito, e Joe pediu a ela que deixasse sua carreira por ele.

Marilyn diria depois:
“Não quero abrir mão de minha carreira, Joe queria mais do que tudo que eu fosse a bela ex-atriz, como ele era o grande ex-esportista, mas eu não estava pronta para essa jornada. Não tinha nem trinta anos, pelo amor de Deus!”.
Mesmo com a atração física entre eles e o amor que ela sentia, não foram capazes de amenizar a possessividade de Joe que começou a agredir a mulher com seus ataques de ciúmes, Marylin deu um basta, pediu o divórcio... e foi curar as mágoas com Frank Sinatra que também estava sofrendo pela mulher Ava Gardner.

Tempo depois, Joe ainda apaixonado e doente de ciúme da ex mulher pede a Frank Sinatra ajuda para espioná-la, e fazem o maior vexame invadindo o apartamento de um hotel acreditando que ali estava Marilyn e seu novo amante, arrombaram a porta e devido ao escândalo chamaram a atenção de todos do hotel [...o problema é que invadiram a porta errada e Marilyn que estava no andar debaixo sai do hotel nas escondidas, o episódio ficou conhecido como “o Ataque à porta errada” e deixou Joe com uma multa alta devido aos prejuízos causados ao hotel...]

Em 1951, quando filmava Só a Mulher Peca, ao lado de Bárbara Stanwick, nos estúdios da RKO, ela confessou:
“Um dos últimos fostes-homes em que estive ficava a dois quarteirões daqui. Lembro-me de um Natal, em que todas as crianças da casa ganharam presentes, menos eu. Uma das meninas ficou com pena e me deu uma laranja. Enquanto os demais abriam seus vistosos pacotes, fiquei descascando minha laranja, na janela de onde via a torre iluminada da RKO, que simbolizava o estrelato em Hollywood. Comecei então, a sonhar com o dia em que me tornasse uma estrela, fosse filmar naquele estúdio e pudesse comprar presentes de Natal para todo mundo!”.

No dia 29 de junho de 1956 Marilyn casou-se com seu novo namorado, o dramaturgo Arthur Miller.
Marilyn descobriria que esperava um filho de Arthur, tinha certeza de que seria uma menina.
“Quando era pequena, as pessoas com quem vivi, e foram dúzias e dúzias, jamais usaram a palavra “bonitinha” para me descrever. Quero que minha menininha ria o tempo todo. Todas as meninas devem ser elogiadas por sua beleza, e eu vou elogiar minha filha sempre, muitas e muitas vezes.”

Em agosto descobriu que havia perdido a criança. Telefonou para Bernice sua meia irmã triste e inconsolável.
Marilyn entra em uma depressão sem fim... e começa a medicar-se ainda mais, remédio para dormir, para acordar, para não pensar... mais drogas, mais álcool...
Só após dois anos que volta a trabalhar no filme “Quanto mais quente melhor”. Billy Wider (cineasta) disse que havia momentos durante a produção que queria matá-la, mas também houve dias maravilhosos, quando fazia alguma coisa que, todos sabiam se tornaria ouro.
Quanto mais quente melhor tornou-se um fenômeno, e foi considerado um dos melhores filmes de comédia já produzidos.

Naquele mesmo ano, ela descobriu que está grávida novamente, mas infelizmente após alguns meses sofreu outro aborto...
Mais tarde, veria a cantora Diahann Caroll, no Mocambo, em Los Angeles. A cantora lembrou:
“Estava grávida de minha filha, Suzanne. Marilyn, tão triste e linda, foi ao camarim para me dizer: Olá! Posso tocar sua barriga?, me pediu. Fiquei encantada..., É claro. Segurei a mão dela, coloquei-a sobre meu ventre, e disse: Toque bem aqui, meu bem, faça uma prece e um pedido, espero que seus sonhos se realizem. Ela me olhou com lágrimas nos olhos e respondeu: Oh, eu também. Eu também”.

Infelizmente, o terceiro casamento de Marilyn terminou.
A data do divórcio, ocorrido no México, foi escolhida por ser o dia da posse do presidente John F. Kennedy, nos Estados Unidos, numa tentativa de manter a separação fora das manchetes... [mas não foi o que aconteceu...].

Kennedy e Marilyn mantinham um caso de anos, em seu aniversário, Peter Lawford levou-a à sede do Partido Democrata, onde ela cantou com voz lasciva "Feliz aniversário, senhor presidente". John Kennedy disse:
"Já posso me retirar da política, depois de ter ouvido este feliz aniversário cantado para mim de modo tão doce e encantador”.

Às 11 horas da noite, de 05 de agosto de 1962, o coração de Marilyn pára e a estrela morre, nua, caída sobre o travesseiro, pílulas ao alcance da mão..., a casa vazia..., sozinha em seu quarto. Até hoje pairam muitas dúvidas sobre as causas de sua morte...
Por ocasião da autópsia, o laboratório de tóxicos da polícia de Los Angeles não encontrou vestígios das NOVENTA cápsulas nos órgãos da atriz, Thomas Noguchi, assinou o certificado, declarando haver achado cristais de barbituricos, apenas no sangue de Marilyn, tudo levando a crer que, horas antes, ela tomara uma injeção e não aquela fabulosa quantidade de pílulas.
Após a morte da atriz, e antes da chegada dos policiais, foram retirados todos os indícios que afetassem a imagem da família Kennedy... fotos, telefonemas, cartas de amor, tudo meticulosamente removido do quarto onde encontrava-se o corpo.

O corpo de Marilyn permaneceu no necrotério durante dois dias, sem que ninguém o reclamasse. Onde estavam pai, mãe, irmãos, maridos, amantes? O grande símbolo sexual havia sido dissecado pelo legista e esperava um piedoso enterro. 
Por fim, seu ex-marido Joe Di Maggio aparece em Los Angeles para cuidar do funeral da ex-esposa, que jamais deixara de amar. Relembrando seu desejo de que ela abandonasse a carreira enquanto era tempo, o rei do baiseball culpou Hollywood pela morte prematura da atriz e não permitiu que artistas, jornalistas, diretores, etc., comparecessem a seu velório. 
Diariamente uma floricultura colocava um botão de rosa branca na cripta de M.M. no cemitério de Westwood. O pagamento é feito mensalmente por Joe Di Maggio, o pedido foi feito por Marilyn quando ainda era casada com ele. Ele cumpriu sua promessa e manteve-se dedicado a ela até o dia de sua morte.
Dizem que as últimas palavras de Di Maggio antes de morrer foram: “Finalmente vou poder ver Marilyn”.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam apesar de todo erotismo que passava, ela nunca foi vulgar ou promíscua. Havia em Marilyn um sentimento quase infantil e sua latente ingenuidade conquistava a admiração até das mulheres daquela época (imaginem!!!). 
Conforme relata Dulce Damaceno, sua simplicidade era impressionante e ela realmente enrubescia ao menor elogio à sua pessoa ou seu trabalho. Segundo Damaceno, “entrevistei-a diversas outras vezes e comprovei que o sucesso nunca lhe subiu à cabeça”.
Considero que o que faltou a ela foi instrução e autoconfiança de si mesma, tal como mencionou Kim Novak a um programa de televisão da CBS:
“Toda atriz que recebe a publicidade de deusa do sexo tem de sofrer indignidades pessoais e passa por drama emocional verdadeiramente corrosivo. No início da minha carreira, os publicistas aconselhavam-me a não pensar por mim mesma, a não dar sequer um passo sem permissão do estúdio, a nunca me considerar mais do que um pedaço de carne comprado no mercado, para satisfazer às exigências do mercado e do público. É preciso espírito forte e autoconfiança cega para fazer frente a uma vida assim, com tamanha pressão, falsidade, falta de incentivo e frustrações, para que o sucesso não nos suba à cabeça! Graças a Deus, jamais recorri à artificialidade das drogas e do álcool que, infelizmente, destruíram mulheres maravilhosas, como Carmem Miranda e Marilyn Monroe”.

É isso...descanse em paz Norma Jean!




Fonte:
BRITO, Dulce Damasceno de. Hollywood nua e crua: parte II. São Paulo: Círculo do Livro, 1992. 262 p.

TARABORRELLI, J. Randy. A Vida Secreta de Marilyn Monroe. Tradução Débora Isidoro. São Paulo. Ed. Planeta Brasil. 2010. p. 459.

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