Páscoa é esperança...,
constante libertação, é renascimento, recomeço...Vida Nova...
Para celebrar essa
importante data, decidimos escrever sobre “A Última Ceia” famosíssima obra de
Leonardo Da Vinci que retrata a Consagração do pão e do vinho e o cumprimento
da profecia que desencadeou a Morte e Ressurreição de Cristo.
POSSÍVEIS HISTÓRIAS SOBRE A OBRA...
(Verdadeiras ou não vale
a pena conferir, afinal nessa época o Brasil nem havia sido descoberto,
antiguinha não?!!)
Realizada entre
1494-1498, a obra ficou logo famosa. Além da perspectiva perfeita, que prolonga
a sala em 1/3, a grande sacada de Leonardo foi ter escolhido um momento
peculiar do Evangelho de João.
A pintura foi feita em
gesso seco e, para a infelicidade dos apreciadores da obra do artista, entrou
em estado de deterioração em 20 anos, sendo que no ano de 1560 já estava
arruinada.
A obra do gênio toscano
se transforma quase em uma fotografia, com os 12 apóstolos reagindo de maneira
diferente, segundo a própria personalidade, ao anúncio de Jesus.
Leonardo era interessado
em retratar a realidade e conseguia representar as reações físicas e emocionais
mais profundas com uma perfeição espetacular.
Diante das verdades
bíblicas e da inteligência do artista.
É uma obra cheia de
lendas e detalhes preciosos, veja abaixo algumas histórias sobre os rostos de
Jesus e de Judas:
Quando
souberam que Da Vinci pintaria esta obra, centenas de jovens se apresentaram
ante o artista para serem selecionados. Ele buscava um rosto que mostrasse uma
personalidade inocente, pacífica e ao mesmo tempo bela. Buscava um rosto livre
das cicatrizes e os duros traços deixados pela vida intranquila do pecado.
Finalmente, após alguns meses de busca selecionou um jovem de 19 anos de idade
como seu modelo para pintar a imagem de Jesus. Por 6 meses Leonardo trabalhou
para pintar somente o personagem principal da magnânima obra.
Durante
os 6 anos seguintes, Da Vinci continuou sua obra buscando às pessoas que
representariam os 11 apóstolos; deixando para o final àquele que representaria
Judas, o apóstolo que traiu Cristo por 30 moedas de prata. Por semanas procurou
um homem com uma expressão dura e fria. Um rosto marcado por cicatrizes de
avareza, decepção, traição, hipocrisia e crime. Um rosto que pudesse
identificar uma pessoa que sem dúvida alguma trairia seu melhor amigo. Após
muitas frustradas tentativas na busca deste modelo chegou aos ouvidos de
Leonardo que existia um homem com estas características no calabouço de Roma.
(Outra
história relata que Leonardo achou o jovem em um coro de igreja).
Este
homem estava sentenciado a morte por ter levado uma vida de roubo e
assassinatos. Leonardo viajou a Roma assim que soube e pediu para ver aquele
homem sob a luz do sol. Ele se deparou com um homem sem vida, todo maltratado
com os cabelos longos caindo sobre seu rosto escondendo dois olhos cheios de
rancor, ódio e ruína. Enfim, Leonardo encontrara a face para modelar Judas em
sua obra.
Por
meio de uma permissão do rei, este prisioneiro foi transladado ao estúdio do
artista em Milão e por vários meses o homem sentou-se silenciosamente em frente
a Da Vinci enquanto ele continuava dando vida ao personagem na obra de arte.
Quando
Leonardo deu a última pincelada de seu quadro, voltou-se aos guardas do
prisioneiro e solicitou que levassem-no dali. Mas quando saíam do recinto o
prisioneiro soltou-se e correu para Leonardo gritando:
-
"Da Vinci! Olha para mim! Não reconheces quem sou?" Leonardo Da Vinci
estudou-o cuidadosamente e respondeu:
-
"Nunca te vi em toda minha vida, até aquela tarde no calabouço de
Roma." O prisioneiro levantou seus olhos ao céu, caiu de joelhos ao solo e
gritou desesperadamente:
-
"Será que caí tão baixo assim!", depois voltou novamente seu rosto ao
artista e disse:
-
"Leonardo! Olhe-me novamente, pois, eu sou aquele jovem cujo rosto
escolheste para representar a Cristo há sete anos..."
Outro
relato conta que o prior do convento, não se conformava em ver Da Vinci parado
na frente da obra, observando-a durante tanto tempo. Em resposta às críticas do
prior, o pintor afirmou que “os homens de gênio às vezes produzem mais quando
menos trabalham, pois esta é a hora em que elaboram invenções e formam em suas
mentes as ideias perfeitas que depois expressam e reproduzem com as mãos”. Além
disso, Leonardo ameaçou basear-se na figura do prior para criar o rosto de
Judas.
Questões interessantes
relatadas na Revista Aventuras na História deste mês, relata detalhes contidos
na obra, como o saleiro derramado por Judas, símbolo de má sorte e também a
percepção de um saco em sua outra mão, possivelmente de moedas, pelas quais o
apostolo traiu Jesus.
Outra curiosidade é que
a obra é formada pela Santíssima Trindade.
A imagem de Jesus é um
triângulo, como também o agrupamento dos apóstolos e as janelas atrás dos
apóstolos.
AS RESTAURAÇÕES DA OBRA
Em
1517 a pintura estava começando a descamar. Por 1556-menos de 60 anos depois
que ele foi terminado - biógrafo de Leonardo Giorgio Vasari descreveu a pintura
como já "arruinado" e tão deteriorado que os números eram
irreconhecíveis.
Ao
longo dos séculos sucessivos a obra passou por vários restauros a ponto dos
restauradores dos anos 70-90 terem encontrado 7 camadas dos mais variados
materiais das intervenções anteriores.
Foi
também durante os últimos restauros que encontraram na cabeça de Jesus um
prego, usado para marcar o ponto de fuga usado por Leonardo para compor a
perspectiva perfeita da obra.
Em
1796, os soldados franceses que invadiram a Itália atiraram pedras na obra e
rasparam os olhos dos apóstolos. O estado era tão lastimável que em 1821
tentou-se retirá-la do convento.
Em
agosto de 1943, durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, o complexo de
Santa Maria delle Grazie foi quase que completamente destruído. As paredes
laterais do refeitório não resistiram; a Santa Ceia, protegida por poucos sacos
de areia, ficou em pé.
Coberta
posteriormente por um telão, ainda passou alguns anos a céu aberto, exposta ao
sol, chuva e poluição, antes que a cidade e seus monumentos sejam
reconstruídos.
A
obra, mesmo deteriorada, manteve-se firme após este bombardeio e ainda pode ser
apreciada pelos amantes da arte. (Na
figura acima, a obra coberta por uma tela depois dos bombardeios de 1943)
De
1978 a 1999 Pinin Brambilla Barcilon guiado um projeto de grande restauração
que se comprometeu a estabilizar definitivamente a pintura, e reverter os danos
causados pela sujeira, poluição, e as equivocadas tentativas de restauração 18
e 19 do século.
Devido a todos estes
problemas decorridos, foi instituída a proibição de uso de filmadora e câmera
para os visitantes até...
O italiano, Silvio
Berlusconi, tirar uma foto com o presidente russo, Dmitry Medvedev, na frente
de Leonardo " A Última Ceia ".
Os dois tiraram a
fotografia durante a visita Medvdev a Milão, enquanto Berlusconi estava mostrando
ao seu hóspede do mosteiro de Santa Maria delle Grazie, onde Leonardo Da Vinci
pintou “A Última Ceia”.
Pelo feito, Berlusconi
sofreu muitas críticas... mas, já era tarde.
Essa maravilha do
Renascimento Italiano é uma das melhores coisas que você pode fazer em Milão; e
requer uma boa dose de organização na reserva dos bilhetes (pelo menos 3 meses
de antecedência).
Aventuras na História,
Arte e Historia, A última Ceia, São Paulo, ed. Abril, nº 117, abr. 2013, p.
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