Por Suelen e Jéssica Farias do Nascimento
Há exatos 50 anos (isto mesmo, 5 décadas...), em 5
de agosto de 1962, em um domingo como hoje, Hollywood perdia aquela que foi uma
de suas maiores estrelas...
E para homenagear esta que foi sem dúvida alguma,
o maior Mito do Cinema, decidimos escrever um pouco sobre ela...
Marilyn é uma beleza acessível, normal...
Talvez essa simplicidade de suas características
tanto físicas quanto emocionais... sua fragilidade e ao mesmo tempo sua
sensualidade é algo que encanta... era uma estrela, mas também mortal.
Todos nós temos alguma característica de estrela
seja a sensualidade, o humor, ou mesmo o físico... e gostamos disso...nos
inspiramos...hehe... ;D
Brincadeiras a parte, vamos descrever um pouco sobre
essa artista, citando alguns momentos memoráveis de sua vida, e como fonte, usamos
dois livros: Hollywood Nua e Crua II e A Vida Secreta de Marilyn Monroe; vamos
curtir o momento…
Boa leitura…
Norma Jean Mortenson (Marilyn Monroe), nasceu no
County Hospital em Los
Angeles (01/06/1926), filha de Gladys Pearl Monroe, editora de filmes, com
graves problemas psicológicos que acarretaram na internação em um hospício.
Norma Jean possuía dois irmãos filhos do primeiro
casamento de sua mãe. Apenas adolescente descobriu a existência da meia-irmã
Bernice, com que se comunicou por carta e raras visitas durante sua vida.
Devido ao problema de sua mãe, Norma passou grande
parte de sua infância em casas de parentes e orfanatos até que, em 1937,
mudou-se para a residência de Grace Mckee Goddard, amiga da família e
confidente de Gladys, sua mãe.
Grace teve grande influência na vida de Norma Jean
que a chamava carinhosamente de “tia Grace”.
Em 1942, o marido de Grace foi transferido a
trabalho para a costa leste e o casal não tinha condições financeiras para
levar Norma Jean, na época com dezesseis anos.
Norma Jean tinha, então duas
opções:
Voltar para o orfanato esperar completar 18 anos, ou
se casar.
Por influência das casamenteiras, tia Grace e
Ethel Dougherty, mãe do namorado de Norma... Casou-se naquele mesmo ano com
Jimmy Dougherty.
Um historiador de Marilyn, James Haspiel, comentou
sobre o primeiro marido da atriz: “Pode-se
dizer que o casamento de Jim Dougherty com Marilyn foi à coisa mais importante
que ele já fez na vida. O quero dizer é que um homem pode viver toda sua vida
sendo incrível em todos os empregos que tiver, mas como alguma coisa pode
superar ter sido casado com Marilyn Monroe? Também foi exatamente isso que o
levou a conhecer o mundo, participando de programas de televisão e falando
sobre Marilyn. Ter sido o primeiro marido deu-lhe fama internacional e eterna”.
Taraborrelli, p. 86.
Jimmy entrou para a Marinha e foi transferido para
o Pacífico Sul, em 1944, ficando longe da esposa, com isso Norma Jean começou a
trabalhar na fábrica Rádio Plane Munition, em Burbank, na Califórnia. Norma não
sentiu muita falta do marido, pois seu único objetivo com o casamento foi fugir
da opressão dos foster-homes, antes
de completar a maioridade.
Alguns meses depois, o fotógrafo Davis Conover a
viu enquanto tirava fotos de mulheres que ajudavam no esforço de guerra, para a
revista Yank. Ele não acreditou na sua sorte, pois ela era um "Sonho"
para qualquer fotógrafo.
Neste período começou a encantar-se ainda mais com
a possibilidade de vislumbrar o sucesso tão almejado por tia Grace e por ela
ainda pequenininha...; Tornou-se uma modelo respeitável, estampou seu rosto em
várias capas de revistas e inscreveu-se em aulas de teatro.
O problema é que quando Jim voltou de viagem viu
que sua mulher estava um pouco diferente e não aceitou o trabalho dela, pedindo
que acabasse com a ideia tola de torna-se atriz, e ser novamente uma dona de
casa.
Foi o momento que ele decidiu que deveriam ter
filhos, e ela realmente “fugiu” das investidas do marido no assunto, sabendo
que não teria o apoio necessário, Norma Jean tinha que fazer uma escolha, dessa
vez entre seu casamento e sua carreira... decidiu pedir o divórcio e ir para
Hollywood tentar a sorte...
Marilyn começou a carreira em alguns pequenos
filmes, com algumas falas de apenas segundos, era normal, pois todas começavam
assim...
Foi contratada oficialmente pela Columbia Pictures
em 1946, com um salário de 125 dólares por semana por Harry Cohn. Pouco tempo
depois, tingiu seu cabelo de loiro claríssimo e mudou seu nome artístico
para Marilyn Monroe; Monroe era o sobrenome da sua avó materna e Marilyn o nome
mais elegante da época.
No mesmo ano conhece Natasha Lytess, que
tornaria-se sua empresária. Partes dos trejeitos feitos por Marilyn foram
aprendidos com Natasha, a maneira exagerada como pronunciava cada sílaba e o
jeito como movia os lábios ao falar. Ótimo para comédia, não apropriado para
papéis dramáticos, isso a atrapalharia no futuro. Mais tarde, Natasha seria substituída por Paula Strasberg.
Ainda batalhando muito na Cidade do Cinema,
conheceu aquele que seria seu primeiro financiador na indústria, Johnny Hyde.
Johnny era influente no show business e prometeu a Marilyn que a tornaria uma estrela.
Anos mais tarde, Marilyn diria: “Quando mencionei pela primeira vez minha
esperança de ser atriz, Johnny Hyde não sorriu, ele me ouviu com atenção e
respondeu: É claro que você pode ser uma atriz! Foi à primeira pessoa que levou
a sério essa minha ambição, e minha gratidão por ele é infinita.” (Taraborrelli, p. 133).
Seu primeiro papel consideravelmente importante
foi no filme “A Malvada”, um clássico com 14 indicações ao Oscar. Existem muitas histórias sobre essa produção, e uma das mais
relatadas eram os constantes atrasos de Marilyn. Considerando o pequeno papel
na trama era de se pensar que ela faria de tudo para não atrasar-se, porém
Gregory Ratoff declarou: “Essa menina vai
ser uma grande estrela!”. Celeste Holm perguntou o porquê da afirmação: ”Por
que faz todo mundo ficar esperando?”.
Nessa época Hyde queria casar-se
com ela, mas Marilyn não, pois não estava apaixonada por ele. Tempo depois
Monroe recebe a notícia de sua morte, infarte fuminante, fica tão arrasada que
tenta seu primeiro suicídio.
No dia 14 de janeiro de 1954,
Marilyn casou com seu namorado, o jogador de beisebol Joe DiMaggio, em São Francisco, na
Califórnia.
Durante sua lua de mel em Tóquio,
Marilyn fez uma performance para os militares que serviam na Coréia. A sua
presença causou quase um motim, e Joe se mostrava claramente incomodado com
aqueles milhares de homens desejando sua mulher.
Por intenso ciúme os dois
discutiam-se muito, e Joe pediu a ela que deixasse sua carreira por ele.
Marilyn diria depois:
“Não quero abrir mão de minha carreira, Joe queria mais do que tudo que
eu fosse a bela ex-atriz, como ele era o grande ex-esportista, mas eu não
estava pronta para essa jornada. Não tinha nem trinta anos, pelo amor de
Deus!”.
Mesmo com a atração física entre
eles e o amor que ela sentia, não foram capazes de amenizar a possessividade de
Joe que começou a agredir a mulher com seus ataques de ciúmes, Marylin deu um
basta, pediu o divórcio... e foi curar as mágoas com Frank Sinatra que também
estava sofrendo pela mulher Ava Gardner.
Tempo depois,
Joe ainda apaixonado e doente de ciúme da ex mulher pede a Frank Sinatra ajuda
para espioná-la, e fazem o maior vexame invadindo o apartamento de um hotel acreditando
que ali estava Marilyn e seu novo amante, arrombaram a porta e devido ao
escândalo chamaram a atenção de todos do hotel [...o problema é que invadiram a
porta errada e Marilyn que estava no andar debaixo sai do hotel nas escondidas,
o episódio ficou conhecido como “o
Ataque à porta errada” e deixou Joe com uma multa alta devido aos prejuízos
causados ao hotel...]
Em 1951,
quando filmava Só a Mulher Peca, ao
lado de Bárbara Stanwick, nos estúdios da RKO, ela confessou:
“Um dos últimos fostes-homes em que estive
ficava a dois quarteirões daqui. Lembro-me de um Natal, em que todas as crianças
da casa ganharam presentes, menos eu. Uma das meninas ficou com pena e me deu
uma laranja. Enquanto os demais abriam seus vistosos pacotes, fiquei
descascando minha laranja, na janela de onde via a torre iluminada da RKO, que
simbolizava o estrelato em Hollywood. Comecei então, a sonhar com o dia em
que me tornasse uma estrela, fosse filmar naquele estúdio e pudesse comprar
presentes de Natal para todo mundo!”.
No dia 29
de junho de 1956 Marilyn casou-se com seu novo namorado, o dramaturgo Arthur
Miller.
Marilyn
descobriria que esperava um filho de Arthur, tinha certeza de que seria uma
menina.
“Quando era pequena, as pessoas com quem
vivi, e foram dúzias e dúzias, jamais usaram a palavra “bonitinha” para me
descrever. Quero que minha menininha ria o tempo todo. Todas as meninas devem
ser elogiadas por sua beleza, e eu vou elogiar minha filha sempre, muitas e
muitas vezes.”
Em agosto
descobriu que havia perdido a criança. Telefonou para Bernice sua meia irmã
triste e inconsolável.
Marilyn
entra em uma depressão sem fim... e começa a medicar-se ainda mais, remédio
para dormir, para acordar, para não pensar... mais drogas, mais álcool...
Só após
dois anos que volta a trabalhar no filme “Quanto mais quente melhor”. Billy
Wider (cineasta) disse que havia momentos durante a produção que queria
matá-la, mas também houve dias maravilhosos, quando fazia alguma coisa que,
todos sabiam se tornaria ouro.
Quanto mais quente melhor
tornou-se um fenômeno, e foi considerado um dos melhores filmes de comédia já
produzidos.
Naquele
mesmo ano, ela descobriu que está grávida novamente, mas infelizmente após
alguns meses sofreu outro aborto...
Mais
tarde, veria a cantora Diahann Caroll, no Mocambo, em Los Angeles. A
cantora lembrou:
“Estava grávida de minha filha, Suzanne.
Marilyn, tão triste e linda, foi ao camarim para me dizer: Olá! Posso tocar sua
barriga?, me pediu. Fiquei encantada..., É claro. Segurei a mão dela,
coloquei-a sobre meu ventre, e disse: Toque bem aqui, meu bem, faça uma prece e
um pedido, espero que seus sonhos se realizem. Ela me olhou com lágrimas nos
olhos e respondeu: Oh, eu também. Eu também”.
Infelizmente,
o terceiro casamento de Marilyn terminou.
A data do
divórcio, ocorrido no México, foi escolhida por ser o dia da posse do
presidente John F. Kennedy, nos Estados Unidos, numa tentativa de manter a
separação fora das manchetes... [mas não foi o que aconteceu...].
Kennedy e
Marilyn mantinham um caso de anos, em seu aniversário, Peter Lawford levou-a à
sede do Partido Democrata, onde ela cantou com voz lasciva "Feliz aniversário, senhor presidente". John Kennedy
disse:
"Já posso me retirar da política, depois
de ter ouvido este feliz aniversário cantado para mim de modo tão doce e
encantador”.
Às 11
horas da noite, de 05 de agosto de 1962, o coração de Marilyn pára e a estrela
morre, nua, caída sobre o travesseiro, pílulas ao alcance da mão..., a casa
vazia..., sozinha em seu quarto. Até hoje pairam muitas dúvidas sobre as causas
de sua morte...
Por
ocasião da autópsia, o laboratório de tóxicos da polícia de Los Angeles não
encontrou vestígios das NOVENTA cápsulas nos órgãos da atriz, Thomas Noguchi,
assinou o certificado, declarando haver achado cristais de barbituricos, apenas
no sangue de Marilyn, tudo levando a crer que, horas antes, ela tomara uma
injeção e não aquela fabulosa quantidade de pílulas.
Após a
morte da atriz, e antes da chegada dos policiais, foram retirados todos os
indícios que afetassem a imagem da família Kennedy... fotos, telefonemas,
cartas de amor, tudo meticulosamente removido do quarto onde encontrava-se o
corpo.
O corpo de Marilyn permaneceu no
necrotério durante dois dias, sem que ninguém o reclamasse. Onde estavam pai,
mãe, irmãos, maridos, amantes? O grande símbolo sexual havia sido
dissecado pelo legista e esperava um piedoso enterro.
Por fim, seu ex-marido Joe Di
Maggio aparece em Los
Angeles para cuidar do funeral da ex-esposa, que jamais
deixara de amar. Relembrando seu desejo de que ela abandonasse a carreira
enquanto era tempo, o rei do baiseball culpou Hollywood pela morte prematura da
atriz e não permitiu que artistas, jornalistas, diretores, etc., comparecessem
a seu velório.
Diariamente uma floricultura colocava
um botão de rosa branca na cripta de M.M. no cemitério de Westwood. O pagamento
é feito mensalmente por Joe Di Maggio, o pedido foi feito por Marilyn quando
ainda era casada com ele. Ele cumpriu sua promessa e manteve-se dedicado a ela
até o dia de sua morte.
Dizem que as últimas palavras de
Di Maggio antes de morrer foram: “Finalmente
vou poder ver Marilyn”.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam apesar
de todo erotismo que passava, ela nunca foi vulgar ou promíscua. Havia em
Marilyn um sentimento quase infantil e sua latente ingenuidade conquistava a
admiração até das mulheres daquela época (imaginem!!!).
Conforme relata Dulce Damaceno, sua simplicidade
era impressionante e ela realmente enrubescia ao menor elogio à sua pessoa ou
seu trabalho. Segundo Damaceno, “entrevistei-a
diversas outras vezes e comprovei que o sucesso nunca lhe subiu à cabeça”.
Considero que o que faltou a ela foi instrução e
autoconfiança de si mesma, tal como mencionou Kim Novak a um programa de televisão da CBS:
“Toda atriz que recebe a publicidade de deusa do sexo tem de sofrer
indignidades pessoais e passa por drama emocional verdadeiramente corrosivo. No
início da minha carreira, os publicistas aconselhavam-me a não pensar por mim
mesma, a não dar sequer um passo sem permissão do estúdio, a nunca me
considerar mais do que um pedaço de carne comprado no mercado, para satisfazer
às exigências do mercado e do público. É preciso espírito forte e autoconfiança
cega para fazer frente a uma vida assim, com tamanha pressão, falsidade, falta
de incentivo e frustrações, para que o sucesso não nos suba à cabeça! Graças a
Deus, jamais recorri à artificialidade das drogas e do álcool que,
infelizmente, destruíram mulheres maravilhosas, como Carmem Miranda e Marilyn
Monroe”.
É isso...descanse em paz Norma Jean!
Fonte:
BRITO, Dulce Damasceno de. Hollywood nua e crua:
parte II. São Paulo: Círculo do Livro, 1992. 262 p.
TARABORRELLI, J. Randy. A Vida Secreta de Marilyn
Monroe. Tradução Débora Isidoro. São Paulo. Ed. Planeta Brasil. 2010. p. 459.
Disponível em: